segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nicholas Sparks - Diário de Uma Paixão

Foto: Maiara Alves
The Notebook
Autor (a): Nicholas Sparks
Editora (Br): Editora Novo Conceito
Páginas: 242
Gênero: Literatura Estrangeira/Romance

Sobre: A história começa no início de outubro de 1946 quando dois jovens, Noah Calhoun e Allison Nelson, se conhecem e se apaixonam perdidamente. Tudo parece perfeito, quando a família de Allie a impede de continuar a vê-lo devido a enorme diferença de classe social entre os jovens. Allie e Noah, lutam para levar uma vida normal, mesmo estando distantes. Até que um artigo de jornal muda tudo e reacende um amor há 14 anos adormecido.

Opinião: Uma das perguntas para discussão no fim do livro é sobre o que faz de Diário de Uma Paixão, e dos demais livros do autor, campeões de venda em seu país de origem, Estados Unidos, e nos outros países em que os livros são publicados. Acredito ser a sensibilidade das histórias e a forma como Nicholas Sparks escreve que o faz popular, pois é maravilhoso e confortante saber que as pessoas acreditam no valor do próximo (seus livros vão além do amor conjugal - ele aborda amizade, família) e o mais incrível: o valor e os votos do casamento.

Vi o filme primeiro que o livro e, mesmo que isso tenha acontecido com você também, já que o livro foi publicado ano passado, não tem problema pois a história do Sparks gira em torno do reencontro de Noah e Allie - diferente do roteiro do filme em que as coisas acontecem quase em ordem cronológica. A história é sobre as coisas que realmente importam na vida, sobre aproveitar pequenas coisas como um chá na varanda lendo poesia e ouvir os animais, ou sobre um simples passeio no parque com quem gostamos, sobre paciência, compreensão, lealdade, amor, companheirismo. É doce e simples, muito simples e é essa a beleza das histórias do autor. Histórias simples e comuns que podem acontecer à qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo independente de gênero, religião e classe social - não o passear no parque, mas as atitudes que as personagens tomam diante de uma doença como Mal de Alzheimer, por exemplo - quase consigo visualizar o Nicholas Sparks sentado numa escrivaninha pensando nas palavras certas ao descrever Noah pensando em Allie. 

Acredito que o autor tenha usado o Mal de Alzheimer para representar os males que envolvem a terceira idade - como os demais tratam os idosos, como os idosos se vêem, seu papel (ou falta de) numa sociedade em que os jovens são supervalorizados e os mais velhos desvalorizados, as dificuldades físicas que eles encontram, etc. - a doença por si é bastante metafórica. Noah passou a dar mais valor à vida e principalmente à Allie após a doença - um ato banal como dizer seu nome se torna quase uma bênção. A doença é cruel, rouba nossa memória e emoções. Imagina amar alguém por toda a vida e quase no fim essa pessoa esquecer de tudo?

Quotes

É a possibilidade que me faz continuar, não a certeza, uma espécie de aposta da minha parte. E embora você possa me chamar de sonhador, de tolo ou de qualquer outra coisa, acredito que tudo é possível. (Página 5)
As coisas da natureza davam mais do que tiravam, e os seus sons sempre o traziam de volta para aquilo que o homem deveria ser. Durante a guerra havia ocasiões, especialmente depois de uma batalha mais feroz, em que ele muitas vezes se punha a pensar nesses sons simples. “É isso que não vai deixar você enlouquecer”, disse seu pai no dia em que embarcara. “É a música de Deus, e é isso que vai trazer você de volta para casa.” (Página 10)

“O meu pai me contava que a primeira vez que a pessoa se apaixona muda a vida dela para sempre, e por mais que você tente, o sentimento nunca desaparece. Essa garota de quem você me falou foi o seu primeiro amor. E não importa o que você faça, ela vai ficar com você para sempre.” (Página 15)

“Só o verão acabou, Allie, nós não”, ele disse na manhã em que ela partiu. “Nós nunca acabaremos”. Mas acabaram. Por alguma razão que ele nunca pôde entender completamente, as cartas que escreveu ficaram sem resposta. (Página 24)

Não eram apenas os versos ou a voz dele que a deixavam emocionada. Era tudo junto, o todo maior que a soma das partes. Ela nem tentava entender, não queria, porque a poesia não tinha sido feita para ser ouvida dessa maneira. A poesia, pensava ela, não foi escrita para ser interpretada ou analisada – foi feita para inspirar sem motivo, para emocionar sem entendimento. (Página 71)

Você é a resposta para todas as minhas orações. Você é uma canção, um sonho, um murmúrio, e não sei como consegui viver sem você durante tanto tempo. Eu amo você, Allie, mais do que você é capaz de imaginar. Sempre te amei e sempre vou te amar. (Página 127)
Você não pode viver a sua vida para os outros. Você tem de fazer o que for certo para você, mesmo que isso machuque as pessoas que você ama. (Página 141)

A poesia traz grande beleza à vida, mas também uma grande tristeza, e não sei ao certo se é uma troca justa para alguém da minha idade. Se puder, um homem deve desfrutar de outras coisas; deve passar seus últimos dias ao sol. Os meus vou passar debaixo de uma lâmpada de leitura. (Página 158)


O crepúsculo, percebi então, é apenas uma ilusão, porque o sol está ou acima ou abaixo do horizonte. E isso quer dizer que o dia e a noite estão ligados de uma tal maneira como poucas coisas estão – um não pode existir sem o outro, porém ambos não podem existir ao mesmo tempo. Qual seria a sensação, eu me lembro de ter especulado, de estar sempre juntos, porém eternamente separados? (Página 176)

E aprendi o que para uma criança é óbvio. Que a vida é simplesmente uma coleção de pequenas vidas, cada uma vivida um dia de cada vez. Aprendi que devemos viver cada dia encontrando beleza nas flores e na poesia e conversando com os bichos. Que não há nada melhor do que um dia com sonhos, pores do sol e brisas refrescantes. Mas, acima de tudo, aprendi que a vida é me sentar em bancos junto a riachos antigos com a minha mão sobre o joelho dela, e às vezes, nos dias bons, me apaixonar. (Página 181)


Eu tentava sentir o toque dela, ouvir sua voz, ver seu rosto, e fazia isso com lágrimas nos olhos, porque não sabia se conseguiria voltar a abraçá-la outra vez, sussurrar no seu ouvido, passar o dia lendo para ela e passeando com ela de braços dados. (Página 199)



Um comentário:

  1. Olá Maiara!

    Curto muito os livros do Sparks, passam sempre uma boa mensagem a ser refletida por todos.
    É fato que em seus romances, além da história dos protagonistas, há sempre um assunto a ser debatido. Em Querido John, o autismo; Um Amor para Recordar, a leucemia, e assim com os demais.
    Peguei esse livro emprestado com um professor de História (aí, seu colega de curso!kkk), mas não consegui sentir o mesmo que muitos sentiram e acharam sobre o livro. Talvez por ser um romance mais adulto, eu não sei.
    Parabéns pela resenha!
    Até mais ;-)

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