sábado, 12 de março de 2011

Marcus Baldini - Bruna Surfistinha


Não é o filme que eu pagaria pra ver, nem de filme nacional eu gosto e até eu começar a entender o psicológico da Raquel eu me perguntei "o que estou fazendo aqui? Até o filme do Justin Bieber é mais 'assistível'." É, mas eu tava na sala 08 e na sala 08 passava a história-daquela-mulher-que-se-prostituia-porque-gostava. Bom, era o que eu pensava até ver o filme.

O filme não é sobre a prostituta mais famosa do Brasil, é sobre uma menina instrospectiva e aparentemente deslocada que se descobre uma mulher sexy e capaz de tudo. Raquel não tem nada demais, nenhum atrativo: é um pouco desastrada, nada sensual, pensa que é rejeitada pelos pais adotivos e é pressionada o tempo inteiro pelo irmão adotivo. Então ela foge de casa, por orgulho, pra se autoafirmar, pra se conhecer. Bom, eu acho que ninguém precisa ir para um prostíbulo pra se conhecer, mas... Raquel deixa de ser Raquel e se torna Bruna, o primeiro cliente se apaixona por ela e ela se descobre bonita, sexy e desejável "a garota mais popular da escola" como ela mesma diz. Ela vai ganhando clientes e numa boate conhece Carol (acho que era Carol o nome dela, não lembro), esta abre as portas e mostra à Bruna um novo mundo. Bruna então cria o blog e começa a contar o seu cotidiano, depois de um tempo ela começa a falar dos clientes, e é aí que a fama dela começa. Os clientes se multiplicam, ela se descobre amada e querida pelos leitores "uma celebridade", ela diz. Nesse novo mundo ela ainda tem como cliente o primeiro, o Hudson, o cara que parece apaixonado por ela, ele a quer pra ele, mas ela escolhe continuar com a vida de clientes vip's e extravagâncias. Depois vem as drogas, Raquel se vicia, perde clientes e decai: se prostitui apenas pra comprar droga: cliente e pó, pó e cliente, cliente e pó, pó e cliente... até a overdose. Depois da overdose o Hudson reaparece, sua redenção e ela diz seu verdadeiro nome pra ele, que até então ela mantia oculto sempre que ele perguntava.

Filmes nacionais tem como característica cenas de sexo, o que eu detesto. Não o sexo, mas a vulgaridade com que ele é mostrado nas produções nacionais. Os filmes estrangeiros são bons até nisso, vide The Last Tango in Paris, Unfaithful e outros. No filme tem muita cena de sexo, quanto mais baixo o nível dos clientes "mais explícito" é o sexo, já com os clientes vip's só vemos close-up's da Débora. O filme tinha tudo pra ser considerado bom - é bom, se você fizer uma análise psicológica e comportamental da Raquel. Se o filme fosse estrangeiro exploraria mais o psicológico, o cenário seria com certeza mais sujo, a decadência da Bruna seria mais dramática, a cidade seria Nova York, Londres ou Berlin e a Bruna seria interpretada pela Natalie Portman ou Evan Rachel Wood. A Débora tava ótima, a trilha sonora e a fotografia também, mas... continuarei evitando filmes nacionais, muito obrigada.



Trailer


2 comentários:

  1. Vá assistir o "Assalto ao Banco Central" no cinema.

    Nos jornais diários tem todo dia um capítulo da série "Assalto ao Ministério dos Transportes"

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