terça-feira, 27 de março de 2012

Vida e Obra de Jorge Amado na Fundação Casa de Jorge Amado

Foto: Maiara Alves
Em 2012 o Brasil, mais precisamente a Bahia, comemora o centenário do escritor baiano Jorge Amado e por conta disso Salvador lhe presta várias homenagens. Uma delas é a exposição Vida e Obra de Jorge Amado, na Fundação Casa de Jorge Amado. Fundação esta que foi inaugurada em 1986 e por estar localizada no Pelourinho é comumente confundida com a real casa em que Amado residiu. A exposição consiste em imagens e informações das obras, prêmios, medalhas, o fardão da ABL, máquina de escrever, rascunhos originais e até um óculos do escritor, entre outras curiosidades.  

Jorge Amado nasceu em Itabuna, em 1912 e faleceu quatro dias antes de completar 89 anos, em 06 de Agosto de 2001, em Salvador. Viveu quase 89 anos muito bem vividos: viajou por toda a sua vida, residiu em Salvador, Rio, São Paulo, Paris, Viena e Petrópolis. Foi amigo de pessoas notáveis, como: Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Picasso, Glauber Rocha, Rubem Braga, Calasans Neto e ACM (não posso deixar de citar, rs). Foi deputado pelo Partido Comunista e criou a lei do livre culto religioso, ganhou quatro Jabutis, ocupou a cadeira 23 da ABL, participou de A Idade da Terra (1980). Usava gatos como peso de papel, adorava sapos, era "bom de garfo", entre outras coisas. Não dá pra falar tudo e não dá pra resumir sua vida, tampouco suas obras, por isso recomendo uma visita à exposição - se não gostar, há na casa um café muito bom, além de ser um ambiente super agradável e ter uma vista linda nas janelas do primeiro andar.

Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves
Foto: Maiara Alves

Informações sobre a exposição no site da Fundação.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Marcos Paulo - Assalto ao Banco Central

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Assalto ao Banco Central
Direção: Marcos Paulo
Roteiro: Renê Belmonte
Ano: 2011/Brasil
Gênero: Policial
Elenco: Milhem Cortaz, Eriberto Leão, Lima Duarte, Hermila Guedes, Tonico Pereira, Vinícius de Oliveira, Heitor Martinez, Giulia Gam, Cássio Gabus Mendes, Antônio Abujamra e Milton Gonçalves

Sinopse: Em Agosto de 2005 164.7 milhões de reais foram roubados do Banco Central em Fortaleza, ceará. Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando 3 toneladas de dinheiro. Foram mais de três meses de operação. Milhares de reais foram gastos no planejamento. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. Quem eram essas pessoas? E o que aconteceu com elas depois? São as perguntas que todo o Brasil se faz desde então.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Opinião: Criticado por romantizar o crime ocorrido em 2005, além de ser considerado alheio à veracidade dos fatos o filme levanta questões importantes para reflexão: até onde as pessoas vão por dinheiro, o que elas são capazes de fazer e o quanto o dinheiro corrompe. Um grande elenco dirigido por Marcos Paulo ilustra não as falhas da polícia brasileira ou um crime bem pensado, mas pessoas vítimas de um sistema cruel que são propositalmente vilanizadas e que estão alheias da sua atuação na sociedade.

Um elenco interessante... os grandes: Lima Duarte, Milton Gonçalves, Abujamra, Tonico Pereira. Os  pequenos: Milhem Cortaz e Heitor Martinez se destacam, talvez não pela atuação, mas por fazerem bem quase sempre os mesmos papéis. Eriberto Leão que considero um péssimo ator, se saiu um pouco melhor no cinema - novelas ele deveria esquecer! O cast grande e pequeno são dirigidos por Marcos Paulo, e talvez isso explique a aura novelística com dispensáveis dramas secundários. Não sei até que ponto o roteiro é verdadeiro, mas "o filme fala por si" disse Vogner, e este especial diz muita coisa.

Por mais necessitado que esteja ninguém precisa de 164 milhões, mas o sistema desde cedo nos mostra que quanto mais, melhor. E quanto mais temos mais corrompidos somos, mais queremos e mais perigo e violência estamos sujeitos. Essas pessoas são vítimas de um sistema em que os verdadeiros criminosos (não o Estado, mas toda a classe dominante) se vitimizam e vilanizam as verdadeiras vítimas. O próprio filme faz parte do sistema por incurtir essas vítimas como modelo a ser seguido, as instituições governamentais como estúpidos, o comunista como hipócrita e desfocar os verdadeiros grandes roubos: cadê um filme comercial sobre o mensalão (mesmo ano do assalto) e outros grandes crimes não só de Brasília, mas ao longo dos mais de 500 anos de Brasil?

O bom mesmo foi saber que Romeu e Julieta eram peixes. Sim, não, indiferente.

Quotes

"Tá querendo cavar buraco em baixo de banco? Isso é coisa de filme rapaz."
"Como dizia Lênin numa noite gelada... Assaltar um banco não é nada perto de fundar um banco."
"Ninguém sabe! Isso aqui é Brasil, rapaz. Vem a companhia de gás e faz uma merda, vem a de água, seis meses depois, faz outra merda. Ninguém se entende nunca! Ouça, sua ratazana capitalista. Eu trabalho com o que eu tenho... você não imagina o que é um país onde o serviço público é dominado pela empresa privada!"
"As classes dominantes têm razão em temer a Revolução Comunista. Mas os proletários não. Eles não têm nada a perder... a não ser seus grilhões e um mundo novo a conhecer." "Entendi. A gente não pode se deixar explorar por ninguém."
"Você prefere ser um pecador rico, ou um santo morto?"
"Nessas horas me dá o maior orgulho de ser brasileiro."
"Entre o céu e o inferno o caminho é curto."

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terça-feira, 20 de março de 2012

Jane Campion - The Piano

Imagem: Google Imagens/Reprodução
The Piano
Direção: Jane Campion
Roteiro: Jane Campion
Ano: 1993/Nova Zelândia-Austrália-França
Gênero: Drama
Elenco: Holly Hunter, Harvey Keitel, Sam Neill, Anna Paquin, Cliff Curtis

Sinopse: Na época vitoriana, quando a Nova Zelândia estava há pouco tempo sendo colonizada, para lá se muda Ada McGrath (Holly Hunter), um mulher que quando tinha seis anos de idade resolveu parar de falar. Ela vai na companhia de sua filha, Flora (Anna Paquin). O motivo de ter ido para lá é que Ada se casou com Stewart (Sam Neill) em um casamento arranjado, já que ela nem conhecia seu noivo. Ada imediatamente antipatiza com Stewart quando ele se recusa a transportar seu amado piano. Stewart negocia o instrumento e o passa para George Baines (Harvey Keitel), um administrador da região. Atraído por Ada, Baines concorda em devolver o piano em troca de algumas lições no instrumento, que Ada daria para ele. Mas estas "aulas" se tornam encontros sexuais cada vez mais intensos, onde Baines pagava Ada com uma ou mais teclas do piano, sendo que o pagamento estava relacionado à intensidade de intimidade proporcionada. Porém, logo esta situação sai do controle, gerando trágicas conseqüências.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Opinião: O vento forte, as fortes ondas quebrando na praia e o céu constantemente nublado ainda é pouco pra ilustrar a tempestade de emoções, a agonia de sentimentos que nos toma no fim do filme. Tenho este filme em casa desde criança, em VHS, numa coleção de filmes que vinha todo fim de semana com o Correio da Bahia e só o vi hoje, adulta, mais de dez anos depois de saber de sua existência. A hora certa, eu digo, pra me apaixonar por uma obra quase perfeita. Bright Star tinha sido, até então, o único filme da diretora que tinha visto. Gostei muito deste, mas gostei muito mais de O Piano.

Ambientado no século XIX, quando muitos territórios ainda eram colônia ou ainda estavam sendo colonizados, a mulher ainda servia para os negócios da família e, apesar de já despontar na Inglaterra mulheres notáveis como Jane Austen, na "retrógrada" Nova Zelândia as coisas funcionavam à moda antiga. Suas personagens são contraditórias, assim como os sentimentos em qualquer ser humano, é verdade, mas em manifestações artísticas como na literatura e no cinema isso costuma ficar bem claro apesar da subjetividade da interpretação. Em O Piano sua protagonista vive um vendaval de emoções diferentes e singulares ao mesmo tempo: ela repudia seu, aparentemente bom, novo marido, enjeita seu agressor e se apaixona por ele. Por que? Será que porque sempre queremos e gostamos daquilo que não nos faz bem? Porque somos adaptáveis e aprendemos a gostar do que nos é imposto? Esta última pode não fazer sentido, se não ela teria aprendido a gostar do novo marido. Ou porque o amor e a razão estão distantes e são impossíveis de explicar?

O fato de Ada não falar aumenta mais ainda o mistério e contribuem para a surrealidade da situação. Além, é claro, do tempo, do mar, da chuva e da trilha sonora perfeita. Lembrei de O Morro dos Ventos Uivantes, o livro, pois é mais ou menos esse o clima que imagino a linha tênue de amor e ódio entre Cathy e Heathcliff - Ada e George tiveram um final um poquinho mais feliz, é verdade. Anna Paquin fofíssima criança, não lembra nada a vampire girl Sookie Stackhouse de hoje, lembra apenas a Holly Hunter na época do filme haha, incrível a semelhança aliás. O filme é quase (quase para o meu entusiasmo não parecer exagerado haha) perfeito, como disse, e é mais um daqueles que nós, amantes de drama, temos a obrigação de ver periodicamente e a cada vez extrair diferentes emoções, talvez tão contraditórias quanto as de Ada.

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Joel e Ethan Coen - True Grit

Imagem: Google Imagens/Reprodução
True Grit
Direção: Joel Coen e Ethan Coen
Roteiro: Joel Coen e Ethan Coen
Ano: 2010/EUA
Gênero: Faroeste
Elenco: Hailee Steinfeld, Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper 

Sinopse: O pai de Mattie Ross (Hailee Steinfeld), de apenas 14 anos, foi assassinado a sangue frio por Tom Shaney (Josh Brolin). Em busca de vingança, ela resolve contratar um xerife beberrão, Reuben J. Cogburn (Jeff Bridges), para ir atrás dele. Inicialmente ele recusa a oferta, mas como precisa de dinheiro acaba aceitando. Mattie exige ir junto com Reuben, o que não lhe agrada. Para capturar Shaney eles precisam entrar em território indígena e encontrá-lo antes de La Boeuf (Matt Damon), um policial do Texas que está à sua procura devido ao assassinato de outro homem. 

Opinião: Em 1880 os EUA eram, há mais de um século, uma República governada por protestantes que massacrava povos ameríndios e ainda extendia suas fronteiras para o oeste. Em meio a esses conflitos uma garota de 14 anos buscando vingar a morte do pai contrata um bêbado delegado caolho e um Texa Ranger com apenas um braço para ajudá-la na busca por Tom Chaney, o assassino.

Baseado no livro do escritor estadunidense Charles Portis, produzido por Steven Spielberg e escrito e dirigido pelos irmãos Coen, não é muito difícil imaginar porque um filme sem muitos atrativos dignos de indicados ao Oscar foi indicado ao Oscar em dez categorias. O filme é ambientado no fim do século XIX, início da grande potência que os EUA iriam tornar-se quase meio século depois, século da grandiosa expansão territorial onde temos um presságio do que este país vai se tornar no século XX. Reviver eventos de glória da história britânica e estadunidense faz de qualquer filme automaticamente oscarizável - mesmo que não ganhe uma estatueta sequer.

Não gosto nem desgosto do Western, na verdade não tenho familiaridade alguma com o gênero - o mais próximo que cheguei, talvez, foram os canyons e o deserto em The Host (MEYER, 2008). Por causa disso não posso falar com propriedade do filme, mas achei divertido (não sei se por causa dos irmãos Coen) o enredo, as personagens, o sotaque... sou meio suspeita pra falar do sotaque, na verdade, porque sou estupidamente apaixonada pelo sotaque do Brad Pitt em Bastardos Inglórios, então vou adorar qualquer filme com personagens que tenham sotaque americano interiorano. Em suma, não gostei nem desgostei, mas indicaria.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução

Quotes

"Você paga por tudo neste mundo, de um jeito ou de outro. Nada é de graça, exceto a graça de Deus."
"Não acredito em contos de fada, sermões nem histórias de dinheiro. Mas obrigada pelo cigarro."
"Estou impressionado de o LaBouf levar um tiro, ser arrastado e quase perder a língua e não parar de falar, além de ainda falar em outro idioma!"

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Eu Vou Ler...

Foto: Maiara Alves
Não sei quando, mas lerei:
Antologia Poética - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Heterônimo de Fernando Pessoa
O Profeta - Khalil Gibran
Fui na Saraiva hoje com a intenção de comprar apenas Sentimento do Mundo, de Drummond, mas não tinha e acabei comprando esses três tesouros. Pessoa sou fã desde criança, mais precisamente desde que o Lobato, personagem do Osmar Prado, declamou Poema em Linha Reta no Clone, em 2002. Já Caeiro me apaixonei em 2009, numa aula de literatura no colégio. Gibran conheci em 2009 numa fanfic Robsten e me apaixonei também, comecei a ler no pc mas não dei concluí a leitura.Enfim, são livros de cabeceira, aqueles que podemos e devemos consultar todos os dias pra dar um pouco de alegria à vida e fazê-la mais tolerável.   

domingo, 18 de março de 2012

Rick Riordan - O Herói Perdido

Foto: Maiara Alves
The Lost Hero
ISBN: 9788580570083
Autor: Rick Riordan 
Tradução: Rodrigo Peixoto
Editora (Br): Intrínseca
Páginas: 432
Gênero: Literatura Estrangeira

Sobre: Novos e conhecidos personagens do Acampamento Meio-Sangue dividem espaço nesse primeiro volume da série Os heróis do Olimpo. Rick Riordan volta ao universo de Percy Jackson e os Olimpianos com ainda mais aventuras, humor e mistério. Depois de salvar o Olimpo do maligno titã Cronos, Percy Jackson e seus amigos trabalharam duro para reconstruir seu mais querido refúgio, o Acampamento Meio-Sangue. É lá que a próxima geração de semideuses terá de se preparar para enfrentar uma nova e aterrorizante profecia. Os campistas seguirão firmes na inevitável jornada, mas, para sobreviver, precisarão contar com a ajuda de alguns heróis, digamos, um pouco mais experientes - semideuses dos quais todos já ouvimos falar... e muito.

Opinião: A grande e temerosa profecia anunciada no fim da série Percy Jackson e Os Olimpianos parece estar prestes a se concretizar, e o primeiro livro da série Os Heróis do Olimpo é um presságio desse apoteótico augúrio. Mas quem esperava (eu) o retorno do corajoso Percy, da inteligente Annabeth e do adorável Groover se decepcionou um pouco, mas os novos heróis são tão amáveis quanto: Jason, Pipper e Leo, filhos de Zeus, Afrodite e Hefesto, respectivamente, são incumbidos juntamente com mais quatro (desconhecidos?) semideuses, de salvar não apenas o Acampamento Meio-Sangue mas todo o Olimpo de algo pior que o titã Cronos.

Percy Jackson está sumido e o Acampamento Meio-Sangue ganha três misteriosos novos integrantes que recebem a missão de libertar Hera, a mulher de Zeus. Desta vez o autor insere os deuses romanos, que são basicamente os mesmos deus da Grécia a não ser o nome e a personalidade (em Roma eles se tornam duros, bélicos, severos, disciplinados). Na busca por libertar Hera, Piper, Jason e Leo enfrentam o Deus do gelo, Bóreas e seus filhos temperamentais, Zetes e Cla, e a deusa da neve, Quiones em Quebec, Canadá. Cíclopes donos de uma espécie de automobilística em Detroit, EUA. A persuasiva Medéia em Chicago e o excêntrico Midas em Omaha, também nos EUA, além do gigante Porfírion (em São Francisco? não lembro a localização). Tudo fica bem no final, mas o autor apenas nos prepara para o início de uma batalha memorável e aparentemente mais interessante daquela que fez Nova York inteira dormir.

O Herói Perdido vai muito além de um livro infanto-juvenil de mitologia greco-romana, então quais seriam as intenções de Rick Riordan e/ou Disney Hyperion (editora da Disney, tô dizendo haha)? Quando tomei consciência que nenhuma produção ou manifestação artística é inocente, me perguntei qual seria o objetivo então dos livros de Rick Riordan e imediatamente os associei aos Illuminati. Rick Riordan obteve muito sucesso no mundo editorial incurtindo nas crianças (que são o público alvo dos processos ideológicos estadunidenses, principalmente) a idéia de um grupo de pessoas, uma sociedade que, por períodos estratégicos ao longo da história, se estabeleceram e governaram transformando essas nações em grandes monarquias, impérios e nações. Isto está muito claro no livro, observe na página 75:
" - Então você acredita que tais deuses ainda existem?"
 " - Sim - respondeu Jason imediatamente. - Quer dizer, não acho que deveríamos adorá-los ou fazer sacrifícios com galinhas por eles, mas eles ainda existem porque são uma parte poderosa da civilização. Eles mudam de país em país à medida que os centros de poder se alternam... da mesma forma como partiram da Grécia Antiga para Roma."
E nas páginas 87 e 88:
" - Os deuses mudam para refletir as culturas na quais estão inseridos. Você sabe disso, Anna beth. Quer dizer, hoje em dia, Zeus gosta de ternos bem-cortados, reality shows  e daquele restaurante chinês na rua 28 Leste, certo?"
"Tá, mas e a crise? Os Illuminati os estão deixando?" li uma vez no Youtube. Bom, posso estar falando besteira, mas faz sentido: os Illuminati não deixaram simplesmente os EUA quebrarem (acredito que eles estão principalmente lá desde a expansão territorial estadunidense no séc. XIX, e ninguém me tira isso da cabeça!), eles estão apenas expandindo sua influência em vários centros de poder, já que a tendência no século XXI são várias potências ao mesmo tempo, e não apenas uma grande potência. É bem simples, por exemplo: a escravidão racial africana não acabou no século XIX, ela apenas se expandiu ideologicamente às outras etnias. Parece loucura, eu mesma não acredito quando penso e escrevo, mas faz muito sentido se pararmos pra observamos as evidências e claro, abrirmos nossa mente à possibilidades. Simplesmente não consigo enxergar outro objetivo se não este para as três séries (incluindo As Crônicas dos Kane) do autor.

Quotes

- Levante-se, treinador Hedge!
(pág 8)
Leo nunca fora um menino grande nem o mais forte. Mas sobrevivera em bairros violentos, escolas difíceis e lares adotivos complicados usando o que sabia fazer melhor. Era o palhaço da turma, o bobo da corte, pois cedo aprendeu que quem finge não ter medo normalmente não recebe os golpes. Mesmo o menino mais malvado esquece do palhaço, tolera suas brincadeiras e o mantém por perto para rir um pouco. Além do mais, o humor é sempre uma boa saída para a dor. E, caso não funcione, existe sempre um plano B. Fugir. Quantas vezes for preciso.
(pág 69)
O bosque não se parecia com nenhum lugar onde ele já tivesse estado. Leo fora criado em um condomínio de apartamentos ao norte de Houston. As coisas mais selvagens que vira na vida haviam sido uma cascavel no pasto de vacas e sua tia Rosa vestindo camisola, antes de ele ser enviado à Escola da Vida Selvagem.
(pág 121)
- Você o chamou de Festus? Sabe que em latim festus significa "feliz"? Está pensando em salvar o mundo a bordo do Dragão Feliz?
(pág 154)
As pernas de Leo começaram a tremer. Ele já vira coisas estranhas - espíritos da tempestade, deuses alados, um dragão de metal que cheirava a tabasco. Mas aquilo era diferente. Eram monstros de carne e osso, de três metros de altura, que queria comer seus amigos no jantar.
(pág 209)
- Talvez as pessoas com dons especiais apareçam quando coisas ruins estão acontecendo, porque é nesses momentos que precisamos delas.
(pág 232)
- Usei isso durante a Guerra Fria - disse o deus, orgulhoso. - Radio Free Hefesto. Que dias foram aqueles! Hoje mantenho o sistema em operação para pay-per-view, principalmente, ou vídeos mentais...
(pág 263)
- Em tempos incertos como estes, o ouro é o melhor investimento, não acha? Os governos caem. Os mortos se erguem. Gigantes atacam o Olimpo. Mas o ouro mantém o seu valor!
(pág 282)
- Dar respostas a você as tornaria inválidas - disse hera. - O destino funciona assim. devemos criar o nosso caminho para que ele signifique algo.
(pág 412)
Quíron era tão velho, que poderia ser a década de 1940, de 1840 ou mesmo o ano de 40, pensou Piper.
(pág 416)
- As grandes vitórias exigem grandes riscos.
(pág 433)


 

sábado, 17 de março de 2012

Oficina de Crítica de Cinema para Web com Francis Vogner - 2º Festival de Cinema Universitário da Bahia

Foto: Maiara Alves
Na última sexta-feira, dezesseis, tive uma superdose de cinema: oito horas na oficina de Francis Vogner e uma aula de França pós-Revolução Francesa com Les Misérables (1998) na faculdade. Um dia estranhamente bom e singular.

Cinéfilos, jornalistas, estudantes de audiovisual, um poeta e eu. Vinte e nove pessoas estreitamente ligadas com o cinema foram selecionadas para a Oficina de Crítica de Cinema com o jornalista, produtor e curador de mostras de cinema, professor de teoria, história e crítica de cinema (simpático e bastante acessível, devo acrescentar) Francis Vogner dos Reis no 2º Festival de Cinema Universitário que acontece entre 15 e 18 de Março na SaladeArte Cinema do Museu e Cine Cena Unijorge. Não estou estreitamente ligada com o cinema, apenas escrevo de vez em quando aqui no blog e no meu projeto de TCC sobre o Cinema Novo, mas foi o bastante pra conseguir uma vaga na disputadíssima aula de Francis Vogner.

Uma aula de crítica não exclusivamente para web, como o próprio Vogner diz, mas simplesmente uma aula sobre os pontos que devem ser observados e pontuados em um filme, os elementos de reflexão, a desmitificação do estereótipo do crítico e sua relação com a razão, emoção e a crítica. As características do texto, a importância de rever filmes e mudar as impressões, um breve histórico da crítica de cinema brasileira e internacional (com foco na francesa), a importância da crítica como intervenção, as resenhas jornalísticas, a relevância dos blogs de cinema no meio cinematográfico, entre outras coisas. Vogner falou entusiasticamente por quase oito horas sobre cinema, além de abrir espaço para perguntas e exibir um curta e um longa.

Constatei o que já suspeitava: não existe universalidade! Não existe universalidade em escrever sobre cinema, em refletir sobre cinema e em fazer cinema. Não existe universalidade em nada, na verdade. Universalidade artificializa a arte, disse Vogner e eu concordo plenamente. Devemos não apenas apreciar um filme em sua individualidade, no que ele ou seu diretor mais tem de incomum, mas principalmente ressaltar a nossa individualidade ao escrever sobre ele: nossas impressões, sentimentos e sensações - racionalmente, é claro. Acredito que essa teoria deve ser extendida à vida também, não? Pois da individualidade surge a originalidade e não queremos ser mais um na multidão.


terça-feira, 13 de março de 2012

Sean Penn - Into The Wild

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Into The Wild
Direção: Sean Penn 
Roteiro: Sean Penn 
Ano: 2007/EUA 
Gênero: Drama/Biografia 
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart, Hal Holbrook  

Sinopse: Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após dois anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca. 


Opinião: Paisagens bonitas, quotes incríveis e uma ousadia invejável por parte do protagonista são alguns dos elementos que fazem o filme simplesmente incrível! Minha visão, e a de qualquer outra pessoa que o assiste, sobre o mundo realmente muda (ou abre nossa mente para as possibilidades). Sean Penn fotografa muito bem e faz os EUA parecer quase atraente, mas acima de tudo sabe escolher os filmes em que trabalha.

É comum conhecermos pelo menos uma pessoa que queira, ou já tenha dito querer, pôr uma mochila nas costas e sair viajando pelo estado ou pelo país sem rumo certo. O sistema capitalista nos exaure psicologicamente, a escravidão física teve sua extinção anunciada com a Revolução Industrial para apenas começar a pior: a ideológica! Acho que eles pensaram "Por que controlar seus corpos se podemos controlar suas mentes, suas idéias?" "Por que escravizar apenas os negros se podemos controlar todas as etnias e culturas?" O filme ilustra muito bem o quanto somos presos às convenções, o quanto o sistema está enraizado em nós, o quanto ele nos controla... 

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução

 Dá pra entender isso melhor quando Christopher McCandless conta sua história (história de verdade, o filme foi baseado em fatos reais) e o que o motivou a deixar tudo pra trás e viver longe da sociedade imediatamente lembrei de uma frase de Marx e Engels do livro O Manifesto do Partido Comunista: "A família do burguês desmorona evidentemente com o desmoronamento de seu complemento, e ambas desaparecem com o desaparecimento do capital." Ainda na mesma página... "O palavreado burguês sobre a família e a educação, sobre a intimidade das relações entre pais e filhos torna-se tanto mais repugnantequanto mais a grande indústria dilacera cada vez mais os laços familiares dos proletários...". O contexto mudou um pouco, mas a essência das palavras dos autores ainda é a mesma.

Todos deveríamos dispor de 140min pra vê-lo (pretendo rever sempre) e refletir sobre o que realmente vale a pena na vida. Se viveremos um estilo de vida exaustivo e repetido pelos demais ou o nosso estilo de vida.Se iremos buscar o que realmente somos e queremos sem ninguém para nos dizer ou controlar nossa vontade. Felizes mesmo são os animais... Dá pra fazer um link com a A Árvore da Vida (também com Sean Penn) na questão do quanto somos mesquinhos e pequenos diante da perfeição e grandiosidade do universo e natureza em si.

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segunda-feira, 5 de março de 2012

Michel Hazanavicius - The Artist

Imagem: Google Imagens/Reprodução
The Artist
Direção: Michel Hazanavicius 
Roteiro: Michel Hazanavicius 
Ano: 2011/França-Bélgica
Gênero: Romance
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller 

Sinopse: Na Hollywood de 1927, o astro do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin) começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento. Enquanto isso, a bela Peppy Miller (Bérénice Bejo), jovem dançarina por quem ele se sente atraído, recebe uma oportunidade e tanto para traballhar no segmento. Será o fim de sua carreira e de uma paixão? 

Foto: Maiara Alves
Opinião: Se a liberdade é azul, a igualdade é branca e a fraternidade é vermelha o cinema, definitivamente, é francês. O filme mudo em preto e branco que causou polêmica na era 3D é muito mais contemporâneo e vai muito além da suposta nostalgia que fez os membros da academia lhe premiar com a estatueta mais cobiçada do Academy Awards. A ousadia de Michel Hazanavicius deu um super presente aos fãs de cinema do século XXI e à nação estadunidense.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Quando você conhece a Nouvelle Vague e o verdadeiro cinema europeu não lhe resta dúvidas de que este povo, em sua maioria etnocêntricos é verdade, não deve nada em produção cinematográfica aos estadunidenses. O amor dos seus cineastas é palpável e te apaixona a ponto de te fazer desprezar a homogeneidade estadunidense no cinema, os diálogos em francês só aumentam mais ainda o charme destes filmes adoráveis só pra não falar dos mestres diretores... senti falta do s'il vous plaît e do simples oui, o please no final foi frustrante.  

Não é difícil entender o que motivou a Academia premiá-lo nas melhores e mais cobiçadas categorias (melhor ator, diretor e filme): a analogia entre a Crise de 2008 com a Depressão de 1929. Começando por 1927, o ano do primeiro filme sonoro – e não mais totalmente mudo -, que já era uma premissa de novos tempos; tão importante quanto foi 1928, onde os talkies fizeram decair o cinema mudo. 2012? Filmes filmados em 3D, ou convertidos para 3D, são os preferidos pelos tendenciosos blockbusters e comerciais e em breve (espero que não) pode tornar-se maioria nas salas de exibições. Além das novidades no mundo do cinema (um dos maiores símbolos dos EUA, além de meio difusor de cultura e ideologia) o fim da década de vinte do século XX tem em comum com o fim dos anos 2000 e início da década de dez do século XXI a crise do sistema capitalista.
 
How? O bem sucedido e conseqüentemente próspero George Valentin (o charmosíssimo Jean Dujardin) representa o ideal de cidadão americano: aquele que honestamente trabalha, sobretudo, de acordo com o interesse das elites estadunidenses. A personagem é um exemplo também da conduta do estadunidense em meio à crise, a decadência de sua carreira devido ao talkie acontece paralelamente a Depressão de 1929, sua personagem então sofre duas vezes mais e a solução se mostra com Peppy Miller, a personagem que possui todas as virtudes cultuadas ideologicamente nos heróis do cinema hollywoodiano, e representa a esperança em meio ao sofrimento causado pela crise. Em suma, George Valentin é o povo americano antes e durante ambas as crises, e Peppy Miller o modelo a ser seguido por eles em meio à instabilidade econômica.
 
Hazanavicius é simplesmente genial ao conseguir relacionar as duas crises metalinguagicamente (essa palavra existe? haha) no cinema, esse cara deveria estar escrevendo discursos políticos! Mas é muito mais interessante ganhar o Academy Awards inteligentemente e sapateando na nossa face haha. Como amante de cinema agradeço-o por me dar a oportunidade de ver um filme em preto e branco numa sala de cinema de verdade em 2012 e espero que, desta vez, a moda pegue e os filmes em 3D não dominem tanto.
 
O filme, Jean Dujardin e Uggie são um charme. Pra não falar da trilha sonora e da fotografia, fotografia esta que merecia o reconhecimento da Academia. The Artist é essencialmente francês e o cinema é essencialmente cinema ao mostrar que não é necessário sequer falar pra ser ator (atuar é essencialmente se expressar corporal e gestualmente), e nem de cores para ser considerado arte ou simplesmente um bom filme. Espero sinceramente que a moda pegue e que os roteiros se sobressaiam aos efeitos especiais e tecnologias. 

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domingo, 4 de março de 2012

Phyllida Lloyd - The Iron Lady

Imagem: Google Imagens/Reprodução

The Iron Lady
Direção: Phyllida Lloyd
Roteiro: Abi Morgan 
Ano: 2011/Reino Unido-França
Gênero: Biografia/Drama
Elenco: Meryl Streep, Jim Broadbent, Olivia Colman, Anthony Head 

Sinopse: Antes de se posicionar e adquirir o status de verdadeira dama de ferro na mais alta esfera do poder britânico, Margaret Thatcher (Meryl Streep) teve que enfrentar vários preconceitos na função de primeiro-ministra do Reino Unido em um mundo até então dominado por homens. Durante a recessão econôminica causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, a líder política tomou medidas impopulares, visando a recuperação do país. Seu grande teste, entretanto, foi quando o Reino Unido entrou em conflito com a Argentina na conhecida e polêmica Guerra das Malvinas. 

Foto: Maiara Alves
Opinião: A coragem e a força de uma mulher que conseguiu atingir objetivos e posições notáveis para suprimir uma guerra e ações severas à trabalhadores britânicos é, talvez, o que está por trás de The Iron Lady. Politicagem (mais uma vez) à parte, a película é um grande incentivo às mulheres que ambicionam adquirir respeito em ambientes dominados exclusivamente por homens. Não obstante, se autoafirmar tão capaz quanto (ou melhor...) o sexo oposto em tomar decisões importantes em qualquer tipo de profissão.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
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O filme que rendeu o terceiro Oscar na décima sétima indicação à Meryl Streep trata muito tendenciosamente o ponto de vista dos britânicos sobre a disputa das Ilhas Malvinas com a Argentina, assim como parece justificar, com a coragem e a força de Margaret Thatcher, as severas decisões para com os trabalhadores britânicos. Não posso falar com propriedade sobre estes dois fatos, pois os desconheço totalmente e assim não posso apontar com certeza os possíveis escorregões no roteiro.

Vale a pena pela coragem, ousadia (dentro dos limites do conservadorismo haha) e perseverança de uma mulher que subiu tão alto quanto pode, a  "filha de um quintandeiro" que "não ia com a multidão" e não deixou de sonhar, de ambicionar e de querer o impossível. Congratulações à Meryl Streep, não pela atuação, mas pela escolha do papel pois a estatueta de Melhor Atriz - ou qualquer outra oferecida pela Academia - é muito mais do que uma boa atuação, é sobretudo a escolha do papel certo (se é que me faço entender...).

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sábado, 3 de março de 2012

Stephen Daldry - Extremely Loud and Incredibly Close

Imagem: Google Imagens
Extremely Loud and Incredibly Close
Direção: Stephen Daldry
Roteiro: Eric Roth
Ano: 2011/EUA
Gênero: Drama
Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullock, John Goodman, Max von Sydow, James Gandolfini, Jeffrey Wright, Thomas Horn, Adrian Martinez, Zoe Caldwell, Gina Varvaro

Sinopse: Oskar Schell, aos 11 anos de idade, é uma criança excepcional: inventor amador, admirador da cultura francesa, pacifista. Depois de encontrar uma misteriosa chave que pertencia a seu pai, que morreu no World Trade Center no 11/09, ele embarca em uma incrível jornada -- uma urgente e secreta busca por um segredo pelas cinco regiões de Nova York. Enquanto Oskar vaga pela cidade, ele encontra pessoas de topos os tipos, todos sobreviventes em seus próprios caminhos. Por fim, a jornada de Oskar termina onde começou, mas com o consolo da experiência mais humana de todas: o amor.

Foto: Maiara Alves

Opinião: Tão emocionante e tão doce... poderia ser um subtítulo alternativo bastante coerente com o filme. A saudade, a fé e a esperança de ficar perto de quem perdemos faz da busca de Oskar uma aventura mágica e estimulante para os desamparados, onde estes aprendem a “enfrentar seus medos” e não desistir nunca, ir até o fim sempre. Patriotismo à parte, com mais um roteiro sobre o ~tão triste~ 11 de Setembro (como se os estadunidenses não fizessem coisas piores...), Tão Forte e Tão Perto emociona e, assim como Into The Wild, nos faz pensar, entre outras coisas, na importância dos passageiros que sentam ao nosso lado no ônibus da vida, por assim dizer. Naquelas pessoas que passam pouco tempo conosco, mas que marcam como se estivessem o tempo inteiro ao nosso lado.

Não li o livro, mas pelos artigos que li na internet parece ser bastante superior ao filme na narração da aventura de Oskar e do enredo original que compara o 11 de setembro com a outros eventos envolvendo política e morte de inocentes. Não tenho a intenção de lê-lo – nem de rever o filme que me emocionou bastante -, prefiro ficar apenas com as memórias da sala de exibição (a primeira impressão, no mundo mágico do cinema, é a que fica). Oskar Schell é uma criança incrível: doce, meigo, inteligente, engraçado, tem hábitos e manias encantadoras e com certeza não merecia perder o pai (ninguém, eu sei). Depois de nos apaixonarmos pelo garotinho vê-lo sofrer nos faz torcer até o último minuto para que ele encontre o que a bendita chave deixada por seu pai abre, torcemos para que seja algo tão grande e significativo quanto seu amor por ele e que o que esta chave trás possa justificar um pouquinho sua morte.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução

Seria preciso todos os sinônimos da palavra emoção para caracterizar a película. O diretor é quase um sadomasoquista quando nos faz reviver a todo instante, junto com o Oskar, o momento e as lembranças do evento. Talvez seja este o ponto ideológico do filme: as conseqüências nas vidas dos estadunidenses do suposto, ou não, ataque ao World Trade Center. O cinema estadunidense irá (já está!) usar o 11 de setembro, assim como usou a Segunda Guerra e a Guerra Fria (com seus filmes de espionagem: estadunidenses x russos, que vemos até hoje!) para vitimar e inocentar sua imagem.

Patriotismo, política e ideologias à parte a simplicidade do amor paterno, materno e familiar como um todo, e a inocência de uma criança – e uma trilha sonora e fotografia de muito bom gosto – fazem o filme valer a pena, assim como nos mostra que tudo o que precisamos já está ao nosso alcance e que ambições e conquistas materiais não valem nada se não tivermos quem amamos por perto.   

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