domingo, 14 de agosto de 2011

Terrence Malick - The Tree of Life


The Tree of Life
Direção: Terrence Malick
Ano: 2011
Gênero: Drama
Elenco: Hunter McCracken, Brad Pitt, Jessica Chastain, Sean Penn, Tye Sheridan, Laramie Eppler  

Sinopse:
A maior parte da trama - que vai desde o Big Bang até o futuro - se passa nos anos 1950. O protagonista é Jack (Hunter McCracken), o mais velho entre três irmãos de uma família texana, que está aprendendo as coisas da vida. A Árvore da Vida começa com a morte de um dos irmãos, a família em desespero, e então mostra Jack adulto (Sean Penn), deprimido, no mundo moderno.
Brad Pitt e Jessica Chastain fazem, respectivamente, o Sr. e a Sra. O'Brien, os pais de Jack. Malick rodou no Texas com o diretor de fotografia mexicano Emmanuel Lubezki, que trabalhou em O Novo Mundo. A trilha sonora é de Alexandre Desplat.


Sexta-feira eu não tenho aula, logo, é o único horário que tenho disponível pra ir no cinema e, cara, sexta-feira à noite eu tô super cansada e com muito sono, MÃÃÃÃS um sacríficio nunca valeu tanto a pena. Eu tinha a sensação de estar dentro do filme O Curioso Caso de Benjamin Button - naquela cena em que a Cate Blanchett é atropelada:



Tudo bem que eu não saí do trabalho exatamente às 17:30, assim como a personagem da Kate não olhou a rua antes de atravessar, (se eu saísse às 17:30 dava tempo de chegar no Iguatemi tranqüilamente) mas pequenas coisas como: conversar demais com os colegas, mil pessoas pra desviar o caminho na rua, pista pra atravessar, ônibus atrasado, engarrafamento, sinais fechado e chuva me fizeram chegar apenas 19:14 no Iguatemi. A próxima sessão, depois da de 19:10 era 22:00 (muito tarde pra voltar de ônibus) - então eu decidi ver o que ainda dava e voltar no FDS pra ver de novo - mesmo eu não estando no início da fila pra sentar no meu lugar favorito. 

Eu tenho manias muito chatas, manias de velho. Por exemplo: em casa eu tenho um lugar reservado no sofá (em frente a TV, onde eu possa ter uma visão total da tela; só vejo tv com a janela e portas fechadas, detesto a claridade do dia, me tira o foco) e no cinema eu SEMPRE sento na terceira fileira de cima pra baixo e no meio, onde eu também tenho uma visão total da tela e olhe reto, sem ter que precisar levantar ou abaixar o pescoço. Descobri que eu não estou sozinha no mundo, o Sheldon de TBBT também tem essa preocupação e várias outras pessoas também.

Eu não pude sentar no meu lugar favorito, mas tive a "sorte" do filme, às 19:25, ainda não ter começado; e até que peguei um lugar bom (porque a sala era pequena, parecia que eu tava na sala de vídeo do colégio), enfim, vamos ao filme...

Opinião: Perdi a conta de quantas pessoas saíram da sala de exibição (acho que mais de 15) fato que contribuiu para a certeza que sempre tive: nasci no lugar errado, tempo errado, convivo com as pessoas erradas, resumindo: as pessoas de hoje não têm bom gosto (talvez o resto que tenha ficado na sala e se emocionado - ouvi muita gente fungando o nariz). É um dos filmes mais lindos que já vi na vida, você tem que ser muito sensível pra entender a relação entre as imagens e as súplicas mentais dos personagens, além, é claro, da fotografia e trilha sonora que se casam perfeitamente. É um daqueles que filmes que te conquistam todas as vezes em que você o vê e te dá uma visão e sensação singulares quando o faz.

As famílias estadunidenses dos anos 1950 são bastante parecidas com as nossas de hoje. Pais severos e mães-anjo, filhos em conflito com a educação religiosa e familiar, e a pressão que os amigos e sociedade nos impõe. Me identifiquei muito com o Jack: a relação dele com o pai é bastante semelhante a que tenho com o meu; quando ele (Jack) pergunta à mãe qual dos filhos ela gosta mais e ela, fazendo carinho no filho do meio, diz que gosta de todos igualmente, é igual a que tenho com minha mãe (apesar de ser a mais esforçada, eu nunca fui, dos três, a filha preferida)... talvez isso seja mais comum que eu pensava, o que observo em casa, no filme e em todo lugar é que o primogênito já nasce responsável e totalmente imune a erros. Pra nós erros são inadimissíveis: sem brincadeiras, piegas, ironias, preguiça, etc; os irmãos mais novos podem fazer tudo que nunca irão ser chamados atenção, e nós, os mais velhos, temos que, a vida toda, dar o exemplo. 

Isso fica perfeitamente claro quando o pai (Brad Pitt) ensina o Jack a lutar: ele não desiste até que o filho aprendar a dar o soco corretamente - além de não se importar com a fragilidade física e mental do garoto. Com o filho do meio é diferente, todo cuidado é pouco, não Mr O'Brien? Apesar de odiar meus pais por me forçarem a conviver com quem não gosto, de me pôr no mundo no tempo errado e de, apesar de tudo que eu passo, preferirem os meus irmãos e me forçarem, indiretamente, a dar exemplo (por isso que sou chata) constantemente, eu amo meus irmãos - mesmo a gente brigando o tempo todo. A cena em que o Jack, brincando, atira no dedo do irmão do meio (juro que não lembro o nome dele, na verdade acho que não foi citado no filme) e depois pede desculpas "Me desculpe. Você é o meu irmão. Pode bater em mim se quiser." me fez chorar horrores, afinal, minha irmã não tem culpa de ser a preferida, além de tudo eu poderia ter sido ela. A família O'Brien pode ser qualquer uma em qualquer lugar do mundo, a história é bem universal, todos irão se identificar com algum personagem ou situação do filme.

O final do filme me lembrou muito O Vendedor de Sonhos de Augusto Cury, quando o Jack sai do trabalho e, olhando a selva de pedra da cidade, vê o céu refletido nas janelas e consegue ouvir os sons da natureza. É perfeito, é muito mais que drama ou questões religiosas e morais, é reflexivo, um filme pra vermos constantemente e refletir sobre nossas atitudes, prioridades e, apesar dos pesares, sobre a nossa família tão única e tão comum.


Trailer






"A menos que você ame.. sua vida passará rapidamente."

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