sábado, 5 de novembro de 2011

Pedro Almodóvar - Los Abrazos Rotos

Foto: Google Imagens

Los Abrazos Rotos
Direção: Pedro Almodóvar
Ano: 2009
Gênero: Drama
Elenco: Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo, José Luis Gómez, Tamar Novas, Rúben Ochandiano, Lola Dueñas 

Sinopse: Há 14 anos, o cineasta Mateo Blanco (Lluís Homar) sofreu um trágico acidente de carro, no qual perdeu a visão. Neste mesmo acidente, a pessoa que o acompanhava morreu. A partir de então ele abandona sua posição de cineasta e preserva apenas o lado de escritor, assumindo o pseudônimo de Harry Caine. Um dia Diego (Tamar Novas), filho de sua antiga e fiel diretora de produção Judit Garcia (Blanca Portillo), é enviado ao hospital por ter ingerido drogas acidentalmente. Assim que sabe do ocorrido, Harry vai em seu socorro. Quando o jovem o indaga sobre seus dias de cineasta, o amargurado homem revela se lembrar de detalhes marcantes de sua vida e do acidente.

Opinião: Antes de qualquer coisa, devo ressaltar que não sou cinéfila, apenas vejo uma quantidade considerável de filmes e, de uns tempos pra cá, passei a escrever aqui no blog minha opinião sobre eles. Os filmes de Almodóvar são o que o Tele Cine e alguns chamam de Cult; Cult no sentido de “grande arte", ou seja, os críticos e cinéfilos denominam de Cult as películas que preenchem requisitos, que são bem julgados estilisticamente, por assim dizer. Eu vejo qualquer tipo de filme, sendo ele "Cult" ou não. E o quê que é Cult mesmo? Tudo é cultura e uma questão de gosto: tanto faz um filme do Almodóvar quanto do, sei lá, Selton Melo por exemplo. 

Vi o filme na quarta-feira por isso não lembro e não sinto, hoje, o que senti e julguei importante nos 10 primeiros minutos após o fim do filme. Apesar de eu me esforçar pra não fazer distinção de cultura seria injusto da minha parte comparar um filme desse com um “filme de sessão da tarde”. A história de Los Abrazos Rotos é como ler um romance (romance dos bons): você vê os personagens seguindo suas vidas normalmente, cria dúvidas e, no devido tempo, suas dúvidas são sanadas e o narrador, a voz do texto, não te faz de estúpido ou bobo. O filme inteiro me fascinou: a fotografia, a trilha, as cores fortes, o vermelho e amarelo constantemente presentes, os personagens, o roteiro, a nostalgia das personagens e até as fotografias tiradas pelo Mateo. 

O início do filme é meio confuso, confesso que só passei a entender e a me interessar quando a Lena e o Ernesto aparecem. Achei a relação deles tão típica de novela mexicana: o Ernesto podia muito bem ser a versão espanhola do Farina e a Lena a da Paola, ambas as personagens de A Usurpadora. História boa é quando todas as personagens da trama (história de filme pode ser chamada de trama?) tem conflitos e seus conflitos podem ser universais, ou seja, quando qualquer pessoa, independente de classe, profissão ou idade passam por esses dilemas e podem se colocar no lugar das personagens. O Almodóvar nos mostrou uma história tal qual vemos na literatura. Lena e Mateo são divinos, as cenas dos dois refugiados na pousada são as mais perfeitas do filme: cores, tomadas, diálogos... me emocionei como telespectadora, e posso considerá-las perfeitas, pois acredito que era esse o objetivo do diretor.

Foto: Maiara Alves
O final me surpreendeu, pensei que o filme fosse predominantemente dramático, marcado por algum crime que não foi vingado, sofrimento e traições. Mas não, a história de Lena e Mateo é linda e tenho certeza que, por poucos momentos, eles foram felizes; até o Mateo ao re-editar o filme, por um momento, ficou feliz. O toque de perfeição ficou por conta da quase nula história de amor entre eles, pois acredito, como a personagem da Penélope Cruz em Vicky,Cristina, Barcelona que “só um amor não concretizado pode ser considerado romântico”.

O filme tem várias quotes interessantes, mas não tive tempo de anotar. Uma das que mais gostei foi a da foto, quando o Mateo descobre que seu último momento com Lena foi registrado e seu filho descreve a cena.


Trailer


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