terça-feira, 22 de março de 2011

Sarah Blakley-Cartwright e David Leslie Johnson - A Garota da Capa Vermelha


ERA UMA VEZ UMA GAROTA 
QUE IA SE CASAR COM UM FERREIRO.
ERA UMA VEZ UM LENHADOR QUE
QUERIA FUGIR COM ELA.
ERA UMA VEZ UM LOBO...



É tão bom ler contos de fada, ainda mais nos dias de hoje; com tanta tragédia por aí é bom fugir da realidade e se refugiar numa pequena aldeia medieval onde a única preocupação é um lobisomem apaixonado por uma garota que usa uma certa capa vermelha...

Nunca tinha lido um livro baseado num roteiro, essa foi a minha primeira vez e não gostei muito não. Prefiro livros que servem como base de roteiro, e não um livro baseado em roteiro. Pouquíssimos detalhes, digo, tem muito detalhe físico e pouca história, enfim, dá pra ter uma idéia da história e assim não ficar tão perdido quando for ver o filme.

Henry é um sonho gostei tanto dele, mas como sempre o bonzinho se ferrou, coitado. Peter é hot, mas não acho que mereceu se dar bem. Valerie... eu não sei o que dizer de Valerie, eu não presto muita atenção nas protagonistas mesmo a história sendo narrada, na maioria das vezes, de seu ponto de vista. Bom, eu já sabia que Peter era o lobisomem, mas os fatos mostra ao leitor que Henry - ou até mesmo a avó de Valerie - é(são) o(s) lobo(s). Faltou explicar muita coisa: por que Peter se transforma em lobo? Por que ele matou Luce? Qual é a lenda da Lua de Sangue? No fim do livro tem a seguinte frase "Será este o verdadeiro final da história de Valerie? Visite o site, blábláblá..." Eu realmente espero que a editora tenha ocultado algumas coisas que serão melhor explicadas, e visualizadas, no filme. Não sei como funciona esses roteiros que viram livro, mas eu quero uma explicação, mais detalhes. 

Uma coisa que me marcou bastante foi a cultura da vila: a ignorância da era medieval. Eles confiaram cegamente num "padre" ou sei lá o que Fathe  Solomon era, só por ele supostamente saber com o que estava lidando. Há muitas implicações nisso, ele obviamente podia abusar do poder que a aldeia lhe deu, e o fez quando quase sacrificou Valerie. Algumas pessoas (eu) se sentem "tristes" por terem nascido na época errada, a verdade é que nascemos na época certa, os livros e os filmes que romantizam a coisa toda. Não é nada legal viver num mundo em que as mulheres são submissas, a igreja comanda e você está preso no regime monárquico hereditário, sem liberdade e, principalmente, na ignorância intelectual. Eu não queria ter nascido nessa época, retiro tudo o que já disse sobre isso, prefiro vivê-la por livros e filmes como venho fazendo.
Fiz várias marcações, dezesseis. Algumas quotes bobas, mas que no texto fez muito sentido.


Sua partida fora como o rompimento da ponta de uma corda - deixando dois fios emaranhados.
As orelhas do lobo congelaram, depois estremeceram, e ele voltou os olhos para encontrar os dela. 
Os olhos eram selvagens e belos.
Olhos que a viram.
Não um tipo comum de olhar, mas algo que ninguém vira antes. Seus olhos a penetraram, reconhecendo alguma coisa. O terror a atingiu, então. Ela desabou no chão, incapaz de manter o olhar, e se enterrou na profundidade do refúgio da escuridão.

"Como é estranho ter uma irmã", Valerie pensou. "É alguém que você poderia ter sido."

Anos mais tarde, ao se lembrar desta manhã, elas não tinha certeza do que a fizera erguer o olhar novamente, alterando o rumo de sua vida para sempre - ela sempre dissera que havia sentido algo no canto dos olhos, obrigando-a a olhar quase como se alguém tivesse dado um tapinha no seu ombro para fazê-la se virar. Ao levantar os olhos, viu um jovem de cabelos escuros, estonteante de parar o coração.
Ele parecia selvagem e fantasmagórico, todo vestido de preto, como um cavalo que não podia ser domesticado.
Valerie sentiu a respiração se esvair de dentro dela.

Ele era apenas um menino com quem brincara, mais velho agora. Certo?

Ele sempre soube que ela era diferente, mas ele sempre se sentiu um pouco diferente também. Henry pensava que talvez eles pudessem ser diferentes juntos.

"Um dia", ela pensou, "vou viver com Peter em uma casa para nós dois, e haverá um pomar e também um riacho estreito onde nós dois vamos tomar banho e nadar. O sol vai cantar durante as tardes, e à noite, as aves vão colocar as cabeças sob suas asas em espera."
A imagem foi ficando mais clara quanto mais rápido ela corria.
Sentindo a carga da liberdade, ela se sentiu leve como se fosse uma semente de dente-de-leão sendo levada pelo ar.

O olhos de Valerie dispararam, seguindo um coelho branco quase invisível contra a neve.
(lembrei de Alice *-*)

- Um lobisomem nunca é verdadeiramente humano, não importa a sua aparência. Durante a lua cheia normal, uma mordida de Lobo vai te matar. Mas durante os dias da lua de sangue, suas almas correm perigo.

Seus dedos, ásperos pelo trabalho, acariciaram o rosto dela enquanto eles respiravam juntos.
- Eu estive faminto por você por tanto tempo.

- Que... olhos... grandes você... tem... - ela disse, com a voz fraca.
- São para te ver melhor, minha querida.
Hipnotizada pela intensidade daquele olhar incrível, Valerie não conseguiu desviar o olhar do horror que aconteceu em seguida. A pele de cada lado do rosto do Lobo se separou e fendeu em um ímpio desabrochar para revelar... um segundo par de olhos.
Um par de olhos mais impressionante que o primeiro. Sensível e inteligente. Onisciente.
Humano.

- Eu voltarei por você - O Lobo se inclinou para Valerie. - Antes de a lua de sangue minguar.

As lembranças estão sempre se deteriorando. Tinha já tantas que desejava parar de criar lembranças novas; já havia muitas experiências a avaliar Mas novas lembranças se formavam a cada momento.

- Se os inocentes são injustos, prefiro estar entre os culpados.

Pessoas observadoras sabem quanto estão sendo observadas.

Aprendera como a humanidade pode ser cruel. Sentia-se desgostosa; talvez fosse melhor ser um bicho que um ser humano.

Não lhe importava que ele fosse o Lobo. Se fosse, ela também seria.


Trailer


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