sábado, 24 de dezembro de 2011

Woody Allen - Annie Hall

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Annie Hall
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Ano: 1977
Gênero: Comédia
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Carol Kane, Paul Simon, Janet Margolin, Shelley Duvall, Christopher Walken, Colleen Dewhurst

Sinopse: Alvy Singer (Woody Allen), um humorista judeu e divorciado que faz análise há quinze anos, acaba se apaixonando por Annie Hall (Diane Keaton), uma cantora em início de carreira com uma cabeça um pouco complicada. Em um curto espaço de tempo eles estão morando juntos, mas depois de um certo período crises conjugais começam a se fazer sentir entre os dois.

Opinião: A sensação que eu tenho é que, com exceção de Match Point e de todos os outros filmes que não vi, é que todos os personagens masculinos se tratam do próprio Woody Allen. Neste momento (bem capaz de eu mudar de idéia daqui a algum tempo), vou opinar contra a maioria questionando o motivo de tanta exaltação em torno do diretor, e pessoalmente, acho que não gosto mais de seus filmes – apenas das risadas e alguma quotezinha aqui e acolá.  

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução

Alvy, como o próprio título brasileiro do filme diz, é um cara neurótico além de bastante esnobe culturalmente. Reclama de tudo o tempo todo, chato pra caramba, cheio de manias e mais um monte de “qualidades” que todos nós temos, bem verdade. Pessoas como ele vão ao cinema pra achar alguma coisa errada no filme e criticar negativamente – se exibir, como o cara na fila do filme atrás dele. Particularmente pessoas assim me irritam. Também sendo um pouco esnobe - culturalmente falando - prefiro filmes que, apesar de todas as dificuldades e problemas que a vida nos apresenta nos mostre que apesar de todas as coisas ruins ela é bonita se olharmos através de uma determinada perspectiva.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jeunet), Acossado (Godard), Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes) – principalmente deste diretor, de todos os filmes que já vi – são filmes que mostram essa perspectiva. Quero comprar um bilhete, dispor de duas horas do pouco tempo que tenho, me deslocar pra um shopping cheio e pegar fila pra esquecer os problemas e não relembrá-los ou ouvir problemas alheios – não, eu não tenho aquela sensação bizarra de me sentir bem com as desgraças alheias. Quero um estímulo pra seguir em frente com as complicações da vida, quero que o processo ideológico seja este, uma ilusão da ilusão, que em duas horas de filme em toda sua conjuntura (imagens, personagens, trilha sonora) consumir ao menos visualmente o que foi tirado de mim, de nós. Acho que é essa a arte que a nossa sociedade precisa, não acredito nela como um meio de protesto ou crítica - pelo menos não hoje. Não é acomodação, só não acredito que as coisas possam mudar (apenas nós mesmos, mas é tão difícil isso acontecer com a maioria, então...).

É preciso levar em consideração o contexto de cada um e respeitar opiniões, Woody Allen não agrada a todos e percebi me encaixo nessa, aparentemente, minoria. Que bom, sempre fui minoria mesmo e adoro a sensação de normalidade, talvez como o Alvy. É divertido, sempre ri em todos os seus poucos filmes que vi, mas a sensação de vazio quando o filme termina sempre está lá junto com as frustrações de suas personagens. É claro que isso não acontece quando vejo os filmes de Almodóvar... longa história. 


Quotes

“Tem andado deprimido. De repente, não consegue fazer nada.”
“Por que está deprimido, Alvy?”
“Diz ao Dr. Flicker. Foi uma coisa que ele leu.”
“Ah, uma coisa que leu?”
“O Universo está se expandindo.”
“O Universo está expandindo?”
“O Universo é tudo. Se está a se expandir, qualquer dia arrebenta e é o fim de tudo.”
“O que você tem a ver com isso?”
“Sempre achei os meus colegas uns idiotas.”
“Você é tão egocêntrico que se falto à minha análise só pensa em como isso te afeta.”
“Por que reduz meus instintos animais a categorias psicanalíticas?”
“O sol é mau. Tudo que nossos pais diziam ser bom é mau. Sol, leite, carne vermelha, Universidade.”
“A fotografia é interessante porque é uma nova forma de arte e o conjunto de seus critérios estéticos ainda não emergiu.”
“Critérios estéticos? Quer dizer se a fotografia é boa ou não?”
“O meio entra nela como uma condição da arte em si mesma.”
“Bem para mim é, quer dizer... é tudo instintivo, sabe? Só tento sentir. Tento sentir a coisa e não pensar muito no que faço.”
“Não zombe da masturbação. É sexo com alguém que eu amo.”
 “O que queriam? Foi minha primeira peça. Sabem como é querer que as coisas saiam perfeitas na arte por que a vida é bem difícil.”

Trailer


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