domingo, 29 de julho de 2012

Leandro Narloch e Duda Teixeira - Guia Politicamente Incorreto da América Latina

Foto: Maiara Alves
Guia Politicamente Incorreto da América Latina
ISBN: 9788580441055
Autor: Leandro Narloch e Duda Teixeira
Editora: LeYa
Páginas: 320
Gênero: História

Sobre: Tudo neste livro é contra as regras batidas com as quais se conta a história da América Latina. Não nos sentimos representados por guerrilheiros ou por indignados líderes andinos e suas roupas coloridas. Não há aqui destaque para veias abertas do continente, mas para feridas devidamente tratadas e curadas com a ajuda de grandes potências. Conhecemos bem as tragédias que nossos antepassados índios e negros sofreram - mas, honestamente, estamos cansados de falar sobre elas. E acreditamos que todos os povos passaram por desgraças semelhantes, inclusive aqueles que muitos de nós adoramos acusar.

Opinião: Sabe quando você espera algo de um livro e ele te desaponta totalmente? Guia Politicamente Incorreto da América Latina apesar de ter uma boa capa, um título interessante e ser bonito esteticamente é uma grande porcaria por caluniar alguns dos principais personagens históricos da América Latina. Senti nojo, na verdade, por ter sido escrito por dois brasileiros, e o pior é que não posso culpá-los de serem jornalistas - uma vez que estes são péssimos escrevendo história -, pois o livro que eles criticam constantemente, As Veias Abertas da América Latina, foi escrito por um grande jornalista, Eduardo Galeano. 

Os autores escolheram os principais personagens históricos desde a América pré-Colombiana, com os nativos Astecas, Incas e Maias, e seguiram até os dias atuais, com o ex-presidente do Chile, Salvador Allende (e as inúmeras referências tendenciosas à Hugo Chávez). Ao todo, as vítimas são: os Astecas, Incas, Maias, Simón Bolívar, os Revolucionários Haitianos, Perón, Evita, Pancho Villa, Salvador Allende e Che Guevara - este último é o foco dos autores que prepararam um verdadeiro dossiê com todos os supostos comportamentos que contradizem tudo aquilo pelo que o argentino lutou e o que sua imagem hoje representa. Mas o que esses personagens têm em comum que incomodaram tanto esses dois jornalistas a ponto de escreverem um livro caluniando-os? Bom, além de todos eles terem lutado em favor do território político no qual estamos incluídos - a América Latina - em prol de uma sociedade igualitária, ambos são jornalistas da Veja. Pois é. 

Analisando superficialmente, todas estas figuras históricas buscaram defender bélica, política e ideologicamente a América Latina da colonização espanhola, do imperialismo britânico e estadunidense, e dos demais países que, ao longo de cinco séculos, sugam e sugaram nossas riquezas materias, mão-de-obra e nossa gente no sentido ideológico. Estes personagens não foram santos, mas os autores, baseando-se em biografias tendenciosas, enaltecem os erros e qualquer brecha em seus intinerários que permitem tais afirmações. Como disse, ambos os autores trabalham/trabalharam ou possuem vínculos com a Veja: fato que pode ser considerado como metade da resposta. A outra metade está nas fontes. Para escrever história é necessário analisar todas as fontes sobre determinado evento/processo/pessoa, todas as fontes documentais mesmo. Por isso, os livros sérios de história retratam apenas um "curto" período, geralmente 20/30 anos ou até 100. Se a análise de todas as fontes do período relatado não acontecer, entre outras coisas, corremos o risco de sermos imparciais e conseqüentemente de escondermos determinadas informações. O Guia Politicamente Incorreto da América Latina além de ser extremamente tendencioso, é muito simplório e ridículo ao utilizar biografias também tendenciosas para escrever sobre os homens e mulheres que tentaram defender a América Latina, território tão marginalizado e explorado.

Ao escrever história, além de termos de nos preocupar em ler todas as fontes, buscar a imparcialidade e reconstituí-la o mais fidedignamente possível ainda temos de lidar com a problemática da manipulação da memória. Em História e Memória, o historiador medievalista francês Jacques Le Goff relata que os documentos que usamos como fontes, suas informações, não são inocentes: são manipulados em favor dos grupos sociais dominantes. Acho que já me fiz entender. O Guia Politicamente Incorreto da América Latina foi escrito para exaltar o imperialismo e a exploração do território no qual estamos inclusos, com o objetivo de escancaradamente caluniar os homens e mulheres que pelo menos tentaram defender esta terra da inescrupulosidade do capitalismo, dos homens "liberais" a fim de atender aos interesses dos grupos dominantes, como sempre!

Deste aglomerado de palavras que não dizem coisa com coisa, aprendemos que é preciso buscar o máximo de informação possível  e não nos contentarmos com aquilo que está escrito. Precisamos questionar e desconfiar de tudo! De tudo meeesmo. Quanto a América Latina, ou qualquer livro sobre a história de qualquer continente/território/político, ou qualquer outra coisa relacionada à história, recomendo livros de historiadores, e mesmo assim de historiadores de diversas orientações políticas/ideológicas, por favor desconfiem do que nós dizemos também.


As pérolas/piadas Quotes
Che Guevara, ídolo dos jovens rebeldes e pacifistas, não só considerava o ódio um sentimento nobre como agiu para que houvesse uma guerra nuclear na América. (p.48)
No bom, velho e tão criticado capitalismo democrático, as pessoas estão livres para fazer da vida o que acharem melhor, inclusive errar. (p. 72)
Que democracia? Que liberdade? E a escravidão ideológica? Que mer#@!
Ainda hoje, a narrativa dos cruéis conquistadores alimenta discursos indignados, emociona e revolta o público no cinema. E elege presidentes. (p. 84)
A julgar pela ditadura que a Venezuela se tornou nos últimos dez anos, é razoável acreditar que, sim, Simón Bolívar, senta ali todos os dias. Mais vivo do que nunca, dá seguidos conselhos catastróficos a Hugo Chávez. (p. 150)
Preocupado em moldar a mente da população, o peronismo também alterou os livros didáticos. (p. 215)
E vocês alterando a história kkkkk.
 

5 comentários:

  1. Amiga, como se o esquerdista escritor desse livro que citaste não fosse parcial.

    seus argumentos se resumem em: ''são da veja'' isso mesmo?

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    Respostas
    1. Sim, Galeano é marxista; porém, sua perspectiva é baseada em fontes concretas, feita através de análises sócio-econômicas disponíveis pra qualquer um.
      Quanto aos dois jornalistas autores do livro, além de terem sido parciais, quase não há citação de fontes o que descredibiliza qualquer texto histórico.

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  2. Voces som dois caraduras mentirosos y sipayos , tienen datas falsas los argumentos no son creibles y no coinciden con el 70 porciento de la poblacion mundial que seguimos pensando y luchando por los mismos sueños que ellos nos delegaron .Y VALLANSE A VIVIR A LOS EEUU no merecen estar en AMERICA LATINA

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  3. Eu si esse livro, mas não gostei, só continuei lendo porque tinha que apresentá-lo. E também todos os funcionários da Veja são pagos para falar mal dos camaradas.

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